Após intensa pressão popular, vereadores da base do prefeito assinam CPI da Saúde
O movimento popular em Sorocaba ganhou força e acabou gerando um efeito político direto no Legislativo municipal. Após dias de manifestações e cobranças nas redes sociais e nas ruas, diversos vereadores da base aliada ao prefeito decidiram assinar o pedido de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde — proposta que tem como objetivo investigar suspeitas de irregularidades em contratos públicos do setor.
Entre os novos signatários estão Jussara Fernandes, Henri Arida, Fernando Dini, Caio Oliveira, Fábio Simoa, Toninho Corredor, Cícero João, Cláudio Sorocaba e Rogério Marques.
Esses nomes se somam aos vereadores que já haviam apoiado a investigação anteriormente, ainda antes da operação da Polícia Federal que afastou o prefeito: Dylan Dantas, Fernanda Garcia, Iara Bernardi, Izídio de Brito, Roberto Freitas, Raul Marcelo e Tatiane Costa.
Com a nova adesão, a CPI da Saúde alcança o número necessário de assinaturas para ser formalmente instaurada, abrindo caminho para uma das investigações mais aguardadas pela população nos últimos anos.
A pressão popular teve papel decisivo. Nos últimos dias, a mobilização nas redes sociais e as manifestações presenciais diante da Câmara Municipal mostraram a crescente insatisfação da população com os gastos e a gestão da saúde pública na cidade.
O que pode fazer uma CPI
Segundo a Lei Orgânica do Município de Sorocaba e o Regimento Interno da Câmara, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) possui poderes amplos de investigação, podendo:
– Realizar vistorias e levantamentos em repartições públicas e órgãos da administração municipal;
– Requisitar servidores, documentos e recursos técnicos à Mesa Diretora da Câmara, sempre que necessário para o andamento das apurações;
– Ouvir testemunhas, convocar agentes públicos e colher depoimentos sob compromisso, nos termos do Código de Processo Penal;
– Acessar documentos oficiais, como processos administrativos, laudos e perícias.
As conclusões de uma CPI podem ser encaminhadas ao Ministério Público e, em alguns casos, também ao Tribunal de Contas do Estado, para que sejam tomadas as providências cabíveis.
O que vem a seguir
Com o número mínimo de assinaturas confirmado, o próximo passo é a instalação formal da CPI, com a definição de seus membros e do relator responsável pelo plano de trabalho.
A expectativa é de que o foco inicial recaia sobre os contratos de terceirização e gestão de unidades de saúde.
Enquanto isso, o movimento popular que impulsionou a criação da CPI segue mobilizado, acompanhando cada nova etapa do processo e cobrando rigor nas investigações.