A Prefeitura de Sorocaba deve destinar R$ 1,1 bilhão à saúde em 2026. É um número grande, capaz de chamar atenção em qualquer debate público. Mas o que esse valor realmente representa quando comparado à dimensão da cidade, da rede de serviços e das expectativas da população?

Gestão é o fator decisivo.
Com R$ 1,1 bilhão, a pergunta não é apenas quanto se gasta, mas como se gasta.

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O tamanho da estrutura que Sorocaba precisa sustentar

O orçamento de saúde não se resume a consultas. Ele precisa financiar:

• UPHs 24 horas em todas as regiões
• UBSs distribuídas pelos bairros
• UPA Éden
• SAMU
• Contrato com Santa Casa e filantrópicas
• Medicamentos de alto custo
• Exames e cirurgias
• Programas de prevenção
• Vigilância epidemiológica
• Saúde mental
• Transporte sanitário
• Atenção básica, especializada e emergência

É uma rede que não pode parar.
É uma máquina que funciona todos os dias.
E qualquer falha, por menor que seja, recai onde mais dói: na vida das pessoas.

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Boas práticas de gestão: o que poderia elevar a qualidade com o orçamento atual

A discussão não é apenas financeira. É estratégica.

Sorocaba pode dar passos importantes se apostar em políticas estruturais de médio e longo prazo, como:

1. Fortalecer a Atenção Básica

Quanto mais eficaz o atendimento preventivo nos bairros, menor a sobrecarga nas unidades de urgência e no hospital.

2. Gestão baseada em dados

Implementar dashboards públicos e auditáveis com indicadores de:

• Tempo de espera para consultas
• Fila de cirurgias
• Desempenho de unidades por região
• Absenteísmo
• Satisfação dos usuários

Transparência gera controle social. Controle social reduz desperdícios.

3. Central de Regulação Inteligente

Uso de inteligência artificial para organizar fila, prever picos de demanda e distribuir consultas conforme perfil epidemiológico de cada bairro.

4. Auditoria contínua de contratos

Grandes contratos hospitalares precisam de:

• Metas de desempenho
• Critérios claros de repasse
• Indicadores clínicos e financeiros comparáveis

5. Ampliação da Telemedicina

Teleconsultas podem resolver até 70% das demandas iniciais de Atenção Básica.

6. Parcerias Público-Acadêmicas

Sorocaba possui universidades fortes na área da saúde. Elas podem ser aliadas permanentes em:

• Pesquisa
• Formação
• Protocolos clínicos
• Residências multiprofissionais

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A pergunta essencial

Com R$ 1,1 bilhão por ano, a saúde pública de Sorocaba pode ser exemplar.
A cidade tem tamanho, infraestrutura, profissionais e capacidade de inovação para isso.

Mas o ponto de inflexão não é apenas orçamento.

É gestão.
É prioridade administrativa.
É transparência real sobre resultados.
É diálogo permanente com quem está na ponta: médicos, enfermeiros, agentes de saúde e, acima de tudo, os próprios pacientes.

Se a saúde é um dos pilares do bem-estar coletivo, então o debate sobre seu orçamento não deve ser feito em manchetes ou números soltos.

Ele deve ser feito com responsabilidade, profundidade e compromisso com o que realmente importa: a vida das pessoas que dependem do SUS todos os dias.